sexta-feira, 3 de abril de 2009

LEMNISCATA ??!!
Mas que diabo é isso?

s.f. 1. Curva geométrica em formato de 8. s.m. 2. Símbolo do Infinito.
Fonte: Dicionários Houaiss.


Ao recordar a palavra que Rosa inicia a narrativa de “Grande Sertão: Veredas” – Nonada – e a que a finda – Travessia – , seguida de uma lemniscata, o sinal que simboliza o infinito, Castro diz que o escritor, “ao abordar o Sertão, fala do que não sabe, do que ninguém sabe. Por isso parte do nada em busca do Tudo” (CASTRO, 1976, p. 44). O sertão, como a manifestação projetiva de alguém ou algo que se encontra sempre a caminho, é um lugar de passagem do não-ser para o ser. Sendo physis, ao abarcar o mundo em sua totalidade, o sertão dimensiona a circularidade dinâmica da vida. Guimarães Rosa, em um diálogo com Günter Lorenz, realizado em um Congresso de Escritores Latino-Americanos, em Gênova, no ano de 1965, afirmou: “...este pequeno mundo do sertão, este mundo original e cheio de contrastes, é para mim o símbolo, diria mesmo o modelo de meu universo” (ROSA apud LORENZ, 1983, p.966). Disse Rosa a Lorenz: “No sertão, cada homem pode se encontrar ou se perder. As duas coisas são possíveis. Como critério, ele tem apenas a sua inteligência e sua capacidade de adivinhar. Nada mais” (ROSA apud LORENZ, 1983, p. 94).

CASTRO, Manuel Antônio de. A Poética da Poiesis como Questão. Rio de Janeiro: Disponível no site: http: // www.travessiapoetica.com. 2005. -------------------------------------- O Canto das Sereias: da Escuta à Travessia Poética. Rio de Janeiro: Disponível no site: http: // www.travessiapoetica.com. 2003. -------------------------------------- O Homem Provisório no Grande Ser-tão: um estudo de Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro; e Brasília: Instituto Nacional do Livro – MEC, 1976. ------------------------------------- Poiesis, Sujeito e Metafísica. In: CASTRO, Manuel Antônio de (org.). A Construção Poética do Real. Rio de Janeiro: Sette Letras, 2004.

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