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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Homenagem a Guimarães Rosa


VÍDEO-ENSAIO HOMENAGEIA GUIMARÃES ROSA

A Rede Minas produziu o vídeo-ensaio "ROSA, João Guimarães", em homenagem ao centenário do escritor mineiro Guimarães Rosa, nascido em Cordisburgo, em 1908.
"ROSA, João Guimarães" é uma evocação poética da vida e da obra do autor de "Grande Sertão: Veredas", através de imagens, sons e palavras. O vídeo foi roteirizado e dirigido conjuntamente por José Adolfo Moura, Carlos Ávila e Eduardo de Jesus, com apoio de equipe técnica da emissora.

A idéia dos diretores foi tentar fazer o escritor "renascer", retirando-o do mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Rio, onde está sepultado, e conduzindo-o de volta à vida, numa espécie de flash-back audiovisual onde o fluxo de imagens, sons e textos evoca etapas ou acontecimentos da trajetória de Rosa. O processo é semelhante a um "fluxo de consciência" literário, só que visual e sonoro, organizado numa espécie de cronologia invertida.

Através de uma contagem regressiva, que começa na urna de número 13, no Mausoléu da Academia, e vai até o número 1, em Cordisburgo, a vida/obra de Rosa vai sendo evocada criativamente. O 13 é um número cabalístico -representa o recomeço, já que é o número do sistema organizado e do término, segundo esotéricos. Sugere transformação, renovação e transmutação. Como Rosa era algo supersticioso e místico, a referência ao 13 alimentou a
idéia do roteiro.

A trilha sonora do vídeo-ensaio, concebida por José Adolfo Moura, inclui trechos de Wagner - um compositor do agrado de Rosa - mesclados a outros sons trabalhados eletronicamente. As imagens e textos também se mesclam a fotos e a outros elementos visuais.

O trabalho de elaboração incluiu pesquisa e leituras de obras de/e sobre Rosa, além de viagens a São Paulo (para seleção de material no Instituto de Estudos Brasileiros - IEB), ao Rio (para captação de imagens no Mausoléu e na Academia) e a Cordisburgo.

O nome "ROSA, João Guimarães" funciona como uma referência bibliográfica, introduzindo o telespectador numa espécie de verbete audiovisual, mas onde as informações e os fatos são tratados poeticamente, conduzindo o telespectador a uma viagem pelo universo rosiano.


Este vídeo-ensaio integra um projeto mais amplo da Rede Minas de homenagem ao centenário de Guimarães Rosa, que inclui também diversas peças de interprogramação (como os "videoversos") realizadas pelo Núcleo de Arte e Chamadas, já no ar nos intervalos da programação.
Link para acessar o video, parte I:
Parte II

terça-feira, 26 de maio de 2009

POESIA NA AGULHA

POESIA NA AGULHA

Elas bordam Guimarães Rosa
Mulheres do Grupo Teia de Aranha traduzem, de forma lúdica, uma das mais belas obras da literatura brasileira - Grande Sertão: Veredas


Assim como Guimarães Rosa tecia cada palavra com extremo requinte e originalidade, as bordadeiras recriam em imensos painéis ou ainda em retalhos de tecido o universo desse mago da linguagem. Sim, o sertão também está dentro delas, funcionárias públicas, professoras aposentadas. Aninhou-se ali em 2001, tomando posse do acalentado desejo do grupo de fazer trabalhos manuais. O primeiro fio dessa delicada teia foi urdido pela estudiosa da obra Neuma Cavalcante, que encontrou no universo do autor a essência para um trabalho coletivo. E foi desse modo que o grupo se embrenhou pelas páginas de Grande Sertão: Veredas e por muitas outras paragens...


E é verdade verdadeira que Nivea, Rioco, Rosa, Cristina, Maria Alice e Bete não sabiam bordar nadinha. Elas confessam. Mesmo assim, encantaram-se com a idéia de Neuma de formar o grupo. O assunto nem bem tinha se assentado quando se depararam com um grande desafio: montar seis painéis que servissem de cenário para as contadoras de história Dôra Guimarães e Elisa Almeida. Em seis meses, o Grande Sertão: Veredas bordado embarcava para Portugal. A teia não parou mais de crescer. Se alastrou por Cordiburgo, terra natal de Guimarães Rosa, Morro da Garça, em Minas Gerais, e até no Ceará, onde Neuma tece outro pedaço dessa trama...


“O sertão no olhar de Guimarães é universal. Elemento de reflexões do homem com ele mesmo”, diz Beth. “Ele era um estudioso da língua da formação das palavras”, completa Rosa. É com essa alma sempre maravilhada que as mulheres da Teia se reúnem uma vez por semana. Nesse dia, pesquisam a vida e a obra do autor, elaboram os riscos e bordam, bordam, bordam... Cada uma pega uma parte do pano, faz o ponto que não tem nome, troca prosas sobre a vida e alegra-se com o resultado de tantas histórias passadas na linha. Ao término de cada encontro, o efeito é grandioso. Afinal, essa teia quer apenas regalar corações e mentes.







quarta-feira, 8 de abril de 2009

BRINQUEDOS DE GUIMARÃES ROSA


“Um dia ainda hei de escrever um pequeno tratado de brinquedos para meninos quietos”, prometeu certa vez João Guimarães Rosa, um dos escritores mais estudados da literatura brasileira. A tarefa ficou inconclusa, mas serviu de inspiração para a excelente exposição Meninos Quietos, no SESC Pinheiros, em São Paulo.

Nascido em 1908, o mineiro João Guimarães Rosa costuma ser lembrado pela complexidade de sua linguagem; pelas metáforas, paradoxos e ambigüidades de seus textos, pelo aspecto universal de seu regionalismo. Autor de obras-primas como Sagarana (1946), Grande sertão: Veredas (1956) e Primeiras estórias (1962), sua obra já foi analisada sob diversos prismas: filosófico, psicanalítico, metalingüístico, histórico, geográfico, sociológico etc. Poucas vezes, entretanto, foi dada atenção ao menino do interior que morou no coração do escritor, anterior ao médico ou ao diplomata Guimarães Rosa.

Joãozito, como os familiares o chamavam, gostava de colecionar borboletas, tanajuras, besouros. Passava horas fiscalizando o vaivém das formigas e a arquitetura dos cupinzeiros. Deliciava-se com a sinfonia teimosa das cigarras. Seu interesse pela história natural o levava também a alterar o curso dos fiozinhos d'água que vinham do trabalho árduo das lavadeiras. Cada fiozinho era um rio, Danúbio ou São Francisco, e passava por cidades imaginárias. A propósito de seus primeiros anos, diria mais tarde o escritor: “Não gosto de falar da infância. É um tempo de coisas boas, mas sempre com pessoas grandes incomodando a gente, estragando os prazeres.[...] Gostava de estudar sozinho e de brincar de geografia: de prender formiguinhas, em ilhas que eram pedras postas num tanque raso e, unidas por pauzinhos, pontes para formiguinha passar, de armar alçapões para apanhar sanhaços e depois tornar a soltá-los: uma maravilha. Puxar sabugos de espigas de milho, feito boizinhos de carro. Pena era não dispor de tinta para desensabugar um boi verde. [...] Um dia ainda hei de escrever um pequeno tratado de brinquedos para meninos quietos”.

A promessa não foi cumprida, mas serviu de inspiração para a exposição Meninos Quietos, que aconteceu gratuitamente em junho de 2006 no SESC Pinheiros – SP. Nela foram reunidos os brinquedos das crianças do sertão de Minas Gerais e presentes na literatura de João Guimarães Rosa. Trazidos do local onde o escritor nasceu e se inspirou para escrever sua obra, esses brinquedos revelam uma cultura primitivamente universal, presente não somente no dia-a-dia das crianças que vivem nesta região e interagem com a natureza ainda viva do cerrado, mas também no imaginário infantil como um todo.

A concepção cenográfica, assinada pela artista plástica Anne Vidal, traduz em sete núcleos – Brincar de pensar, Brincar de sensações, Brincar de criar, Brincar de olhar, Brincar de geografia, Brincar de colecionar e Brincar de segredos – o universo infantil com o intuito de sensibilizar as pessoas para a importância das criações do cotidiano e despertar o gosto pela preservação de suas memórias mais simples.

Os visitantes penetram um ambiente mágico onde seus sentidos e sentimentos são estimulados por meio de cantigas e histórias populares; bonecas e bichos feitos de milho, cabaça e pano; fotografias; pinturas; esteiras de palha; banquinhos de madeira; sementes, gravetos e pedrinhas. Arte e brinquedo se confundem na exposição.


O trabalho é fruto de uma longa pesquisa, desenvolvida por uma menina que tem os olhos verdes de Diadorim. Um dia essa menina encontrou-se perdida entre livros e ficou fascinada pelo mundo de Guimarães Rosa. Ela é Selma Maria, arte-educadora e pesquisadora que há dez anos estuda os brinquedos da cultura brasileira.
Desde o dia em que esse encontro ocorreu, ela passou a perseguir um objetivo: resgatar entre as crianças do sertão “receitas de vida quieta”. A seguir, em entrevista concedida ao Portal Literal, ela fala do trabalho que desenvolveu no interior de Minas e de sua relação com a obra de Guimarães Rosa.


Clique no link abaixo para ler a entrevista completa concedida ao Portal Literal a Ana Lúcia Tsusui.

domingo, 29 de março de 2009

Museu - Casa Guimarães Rosa


Roseando
O Museu Casa Guimarães Rosa surgiu em 30 de março de 1974, entre dois fatos distintos, fundamentais para a sua inauguração.

O primeiro deles: o inesperado falecimento do escritor em 19 de novembro de 1967, três dias após tomar posse na Academia Brasileira de Letras. Intelectuais e amigos apelaram a fim de que fossem tomadas providências para homenageá-lo e também para preservar a casa onde nascera e passara a infância em Cordisburgo.
O segundo: a criação do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), em 30 de setembro de 1971, que materializava o sonho preservacionista vigorante à época no Estado.

O Universo Rosa
Concebido como centro de referência da vida e da obra de Guimarães Rosa e como núcleo de informações, estudos pesquisa e lazer, o museu sofreu naquela época substancial reestruturação, com a criação e o aparelhamento de um Setor de Documentação e a execução de um novo projeto museográfico, com a reconstituição da venda do Sr. Floduardo Pinto Rosa, pai do escritor – conhecida como "venda do seu Fulô", onde Guimarães Rosa vivenciou episódios que marcaram profundamente sua vida.

Passados hoje quase vinte anos de reestruturação, a Superintendência de Museus encontra-se envolvida com o Projeto de Revitalização do Museu Casa Guimarães Rosa. Trata-se de, neste momento, através da busca de alternativas museológicas, propor uma nova conceituação para o museu, definindo vetores culturais capazes de adaptá-lo às demandas contemporâneas. O propósito é situar a instituição numa perspectiva mais ampla de atuação, colocando o homem integrado ao ambiente natural e cultural.

O Prédio
No final do século XIX, princípio do século XX, era comum, sobretudo nas cidades do interior mineiro, a utilização das casas como residência particular e estabelecimento comercial.

Assim foi construída a casa em que João Guimarães Rosa passou a infância e onde o pai do escritor, Floduardo Pinto Rosa, possuía a sua venda, tipicamente mineira.

Histórico
Localizada na Rua Padre João, esquina com a Travessa Guimarães Rosa, e de arquitetura modesta, a casa apresenta varanda lateral, cunhais de madeira pintada, paredes de adobe, cobertura em duas águas, vãos internos em linhas retas e acabamento singelo.
A lojinha do seu Fulô funcionou até em 1923, conforme informação do comerciante Elpídio Meirelles de Avellar, que o sucedeu em Cordisburgo. O imóvel passou, em seguida, a vários donos, atendendo a diversas funções: foi bar e casa de jogos. Em 1971 foi doado pelo Estado ao recém-criado Iepha-MG, depois de ter sido comprado das mãos de seu último proprietário, Idelfonso Rodrigues Costa.


Para mais informações acerca do museu (acervo, visitas, como chegar) clique no link abaixo:

http://www.cultura.mg.gov.br/?task=interna&sec=3&cat=45&con=394

sábado, 28 de março de 2009

Guimarães Rosa na passarela do São Paulo Fashion Week


As peças exclusivas, fruto da sensibilidade e ousadia tanto do escritor Guimarães Rosa, quanto do estilista mineiro Ronaldo Fraga, apresentadas no desfile Ser Tão estão sendo vendidas, e o dinheiro arrecadado será doado pera o Museu Casa Guimarães Rosa, situado na cidade de Cordisburgo/MG (terra natal do escritor).


A coleção, que apresentou 25 looks exclusivos inspirados na obra do escritor, está à venda na loja Ronaldo Fraga, Rua Raul Pompéia, 264 - Bairro São Pedro - BH - MG.As roupas foram apresentadas dentro do projeto "Rosa no Redemoinho", concebido e realizado pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, em maio deste ano. O evento foi realizado em comemoração ao cinqüentenário do livro “Grande Sertão: Veredas”, uma das obras primas de Guimarães Rosa.

Clique no link abaixo para assistir ao desfile:

http://www.youtube.com/watch?v=wv5jyRXBwyg


Selo Comemorativo - Centenário Guimarães Rosa



Para comemorar os 100 anos de João Guimarães Rosa (1908-1967), o município de Cordisburgo, cidade natal do escritor em Minas Gerais, recebeu visitantes de todo o Brasil.
O Museu Casa Guimarães Rosa --instituição vinculada à Superintendência de Museus da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, realizou diferentes eventos em pontos estratégicos da cidade para celebrar o escritor.
A festa contou com o relançamento do livro “Relembramentos: João Guimarães Rosa, Meu Pai”, de Vilma Guimarães Rosa Reeves, uma apresentação da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e a abertura da exposição "Cem anos de Rosa".
A data também marcou o lançamento nacional do selo comemorativo do centenário pelos Correios. A festa contou com o apoio da Prefeitura de Cordisburgo, da Academia Cordisburguense de Letras e da Fundação Clóvis Salgado.