domingo, 29 de março de 2009

Museu - Casa Guimarães Rosa


Roseando
O Museu Casa Guimarães Rosa surgiu em 30 de março de 1974, entre dois fatos distintos, fundamentais para a sua inauguração.

O primeiro deles: o inesperado falecimento do escritor em 19 de novembro de 1967, três dias após tomar posse na Academia Brasileira de Letras. Intelectuais e amigos apelaram a fim de que fossem tomadas providências para homenageá-lo e também para preservar a casa onde nascera e passara a infância em Cordisburgo.
O segundo: a criação do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), em 30 de setembro de 1971, que materializava o sonho preservacionista vigorante à época no Estado.

O Universo Rosa
Concebido como centro de referência da vida e da obra de Guimarães Rosa e como núcleo de informações, estudos pesquisa e lazer, o museu sofreu naquela época substancial reestruturação, com a criação e o aparelhamento de um Setor de Documentação e a execução de um novo projeto museográfico, com a reconstituição da venda do Sr. Floduardo Pinto Rosa, pai do escritor – conhecida como "venda do seu Fulô", onde Guimarães Rosa vivenciou episódios que marcaram profundamente sua vida.

Passados hoje quase vinte anos de reestruturação, a Superintendência de Museus encontra-se envolvida com o Projeto de Revitalização do Museu Casa Guimarães Rosa. Trata-se de, neste momento, através da busca de alternativas museológicas, propor uma nova conceituação para o museu, definindo vetores culturais capazes de adaptá-lo às demandas contemporâneas. O propósito é situar a instituição numa perspectiva mais ampla de atuação, colocando o homem integrado ao ambiente natural e cultural.

O Prédio
No final do século XIX, princípio do século XX, era comum, sobretudo nas cidades do interior mineiro, a utilização das casas como residência particular e estabelecimento comercial.

Assim foi construída a casa em que João Guimarães Rosa passou a infância e onde o pai do escritor, Floduardo Pinto Rosa, possuía a sua venda, tipicamente mineira.

Histórico
Localizada na Rua Padre João, esquina com a Travessa Guimarães Rosa, e de arquitetura modesta, a casa apresenta varanda lateral, cunhais de madeira pintada, paredes de adobe, cobertura em duas águas, vãos internos em linhas retas e acabamento singelo.
A lojinha do seu Fulô funcionou até em 1923, conforme informação do comerciante Elpídio Meirelles de Avellar, que o sucedeu em Cordisburgo. O imóvel passou, em seguida, a vários donos, atendendo a diversas funções: foi bar e casa de jogos. Em 1971 foi doado pelo Estado ao recém-criado Iepha-MG, depois de ter sido comprado das mãos de seu último proprietário, Idelfonso Rodrigues Costa.


Para mais informações acerca do museu (acervo, visitas, como chegar) clique no link abaixo:

http://www.cultura.mg.gov.br/?task=interna&sec=3&cat=45&con=394

Vilma X Alaor Barbosa


A Editora LGE retirou do mercado 700 exemplares de “Sinfonia Minas Gerais: a vida e a literatura de João Guimarães Rosa, lançado no final de 2007. A ação aconteceu depois que o juiz Marcelo de Moraes marinho, da 24º Vara Cível do Rio de Janeiro, ordenou o recolhimento do livro e aceitou as acusações de Vilma Guimarães Rosa, filha do escritor mineiro que processa a editora por plágio e lesão de direitos autorais. De autoria do goiano Alaor Barbosa, “Sinfonia Minas Gerais” é o primeiro volume de uma biografia que conta com análise de obras de Guimarães Rosa e relatos de conversas com o autor.


“É o que está ocorrendo com a maioria das biografias não autorizadas no Brasil. os herdeiros acham que têm direito sobre tudo que se faça sobre seus antepassados e passam por cima do direito constitucional de livre expressão. O livro exalta Guimarães, além de contar histórias de uma pessoa que conviveu com ele”, lamenta Antônio Carlos Navarro, que já gastou mais de R$ 10 mil para recolher os livros.

Autorização prévia - No processo movido em parceria com a Nova Fronteira, editora de Guimarães, Vilma alega que nada pode ser publicado sobre o pai sem autorização prévia e acusa o autor de plágio por reproduzir 102 citações de “Relembramentos: João Guimarães Rosa, meu pai”, livro de memórias que ela escreveu. Vilma também diz que o livro de Barbosa contém erros e que o autor jamais foi amigo de Rosa. ” O senhor nunca diga a ninguém que o embaixador João Guimarães Rosa, um homem ocupadíssimo, perdia tempo, horas e horas conforme o senhor está dizendo, em conversar com um rapazinho anônimo. Se o senhor disser isso em público, passará por mentiroso”, disse Vilma, ao contestar a amizade descrita por Barbosa.

“na Europa e nos Estados Unidos, não há necessidade de autorização para biografias. Aqui também não, mas muita gente está distorcendo a lei para criar no Brasil a necessidade de autorização, que é uma censura prévia. A censura foi abolida pela Constituição. Muita gente está interpretando erroneamente o artigo 20 do Código Civil e é nele que se baseia a ação da filha do Rosa”, explica Barobosa. O artigo confere a herdeiros a legitimidade para proibir a publicação de informações que atinjam a honra de antepassados e tenham finalidade comercial.
Barbosa conta que, antes de publicar o livro, procurou Vilma para checar certas informações, mas diz que foi recebido com arrogância. Além disso, segundo o autor, “Sinfonia Minas Gerais” é uma homenagem e não fere a honra de Guimarães Rosa. “É um estudo da obra dele e uma biografia que não tem tanta coisa. Não entro em detalhes da vida dele, é mais literário”.


Clique no link abaixo para ler a entrevista completa de Vilma Guimarães Rosa ao Correio Brasiliense.