domingo, 31 de maio de 2009

Novo Livro: BURITÍ


Novo Livro: BURITÍ


Burití, de Guimarães Rosa, acaba de ser publicado em tradução para checo, na colecção ‘Biblioteca Luso-brasileira' (editora TORST), coordenada pela Prof. Sarka Grauová, do Departamento de Estudos Luso-brasileiros da Universidade Carolina, em Praga.
O volume agora publicado com o apoio da Embaixada do Brasil, resultou do trabalho da tradutora Vlasta Dufková, também professora de Literatura na Faculdade de Filosofia da citada Universidade, que desde há alguns anos convive com a obra deste autor, sem dúvida um dos maiores escritores da América Latina.
O mundo hermeticamente fechado que Rosa retrata nesta novela, acompanhando as variações da vida e do amor no mundo mágico do sertão brasileiro, é magistralmente descrito em múltiplas camadas linguísticas, num exemplar registo de prosa poética.
Do mesmo autor, já havia sido vertido para Checo o Grande Sertão -veredas, nos anos 70 do século XX. Era altura de o revisitar, ampliando-se, assim, a oferta de literaturas produzidas em Língua Portuguesa ao dispor dos leitores checos.
Burití é o quarto volume da Biblioteca Luso-brasileira, e sucede a outros 3 grandes títulos de autores consagrados: Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, Lendas e Narrativas, de Alexandre Herculano, e Contos Exemplares, de Sophia de Mello Breyner Andresen, dados à estampa com o apoio do Instituto Camões.

terça-feira, 26 de maio de 2009

POESIA NA AGULHA

POESIA NA AGULHA

Elas bordam Guimarães Rosa
Mulheres do Grupo Teia de Aranha traduzem, de forma lúdica, uma das mais belas obras da literatura brasileira - Grande Sertão: Veredas


Assim como Guimarães Rosa tecia cada palavra com extremo requinte e originalidade, as bordadeiras recriam em imensos painéis ou ainda em retalhos de tecido o universo desse mago da linguagem. Sim, o sertão também está dentro delas, funcionárias públicas, professoras aposentadas. Aninhou-se ali em 2001, tomando posse do acalentado desejo do grupo de fazer trabalhos manuais. O primeiro fio dessa delicada teia foi urdido pela estudiosa da obra Neuma Cavalcante, que encontrou no universo do autor a essência para um trabalho coletivo. E foi desse modo que o grupo se embrenhou pelas páginas de Grande Sertão: Veredas e por muitas outras paragens...


E é verdade verdadeira que Nivea, Rioco, Rosa, Cristina, Maria Alice e Bete não sabiam bordar nadinha. Elas confessam. Mesmo assim, encantaram-se com a idéia de Neuma de formar o grupo. O assunto nem bem tinha se assentado quando se depararam com um grande desafio: montar seis painéis que servissem de cenário para as contadoras de história Dôra Guimarães e Elisa Almeida. Em seis meses, o Grande Sertão: Veredas bordado embarcava para Portugal. A teia não parou mais de crescer. Se alastrou por Cordiburgo, terra natal de Guimarães Rosa, Morro da Garça, em Minas Gerais, e até no Ceará, onde Neuma tece outro pedaço dessa trama...


“O sertão no olhar de Guimarães é universal. Elemento de reflexões do homem com ele mesmo”, diz Beth. “Ele era um estudioso da língua da formação das palavras”, completa Rosa. É com essa alma sempre maravilhada que as mulheres da Teia se reúnem uma vez por semana. Nesse dia, pesquisam a vida e a obra do autor, elaboram os riscos e bordam, bordam, bordam... Cada uma pega uma parte do pano, faz o ponto que não tem nome, troca prosas sobre a vida e alegra-se com o resultado de tantas histórias passadas na linha. Ao término de cada encontro, o efeito é grandioso. Afinal, essa teia quer apenas regalar corações e mentes.







sexta-feira, 1 de maio de 2009

Guimarães Rosa: o pensador

"As pessoas não morrerm, ficam encantadas".